Irmã
Maria Benedetta Frey
Monja Cisterciense de Viterbo, na Itália
Venerável em 30 de setembro de 2015
Venerável em 30 de setembro de 2015
EM UM LONGO CALVÁRIO
A PROVA DA ACEITAÇÃO CRISTÃ DA DOR
Na tarde de 10 de maio de 1913 morria no mosteiro da
“Duchesse” em Viterbo (próximo a porta S. Pietro, na frente da escola) Irmã
Maria Benedetta Frey, monja cisterciense, depois de 52 anos de enfermidade,
imobilizada em leito de dor. Confia sua despedida ao testamento escrito que diz
assim:
“na longa missão que o Senhor me confiou, sempre admirável em suas disposições, busquei fazer o bem a todos. Não importa o doce purgatório que sofri na terra, foi tão breve, tão aliviado por vossas visitas, tão alegre por ver-vos sair consolados de junto da minha caminha; amei sempre a todos e do céu sempre vos amarei”.
“na longa missão que o Senhor me confiou, sempre admirável em suas disposições, busquei fazer o bem a todos. Não importa o doce purgatório que sofri na terra, foi tão breve, tão aliviado por vossas visitas, tão alegre por ver-vos sair consolados de junto da minha caminha; amei sempre a todos e do céu sempre vos amarei”.
Ersilia Penelope (nome di Batismo) nasceu em Roma, no dia 06
de março de 1836, de Luigi e Maria Giannotti. Foi batizada na paróquia de
Sant´Andrea delle Fratte. Uma infância como outras, dividida entre os estudos e
o hobby pela música e pelo canto, talentos naturais que utilizou com frutos. À
formação cultural foi associada aquela religiosa, já fazendo prever sinais da
vocação a vida de clausura. Com tenacidade defendia sua vocação, disse a sua
mãe: “O mosteiro que deverá me acolher não escolherei aqui em Roma, porque
monja de cidade é monja pela metade”.
Aconselhou-se com seu diretor espiritual, o camiliano Padre
Trambusti, que a endereçou a Viterbo, ao Mosteiro da Visitação, chamado “della
Duchessa”. Tomou o hábito monástico tomando o nome de Irmã Maria Benedetta
Frey. Em 02 de julho de 1858 se consagrou solenemente por toda a vida nas mãos
do Cardeal Pianetti, bispo de Viterbo.
No mês de novembro de 1861, o Senhor bateu na
porta de seu coração. Era a loucura da Cruz que docemente e fortemente aparecia
na sua vida aos 25 anos. Sofreu uma paralisia em toda a parte direita do corpo,
incidindo sobre a espinha dorsal. Assim é o quadro clínico tirado dos atos do
processo canônico: “Não podia repousar a cabeça sobre seus travesseiros por causa
das dores agudas, nem a podia tê-la erguida, porque ela caia inerte sobre o
peito, com o risco de sufocamento, por isso ela devia sustentar a fronte com
cordas e ataduras. A tudo isto se juntaram, os inevitáveis males causados pela
longa permanência no leito, feridas por decúbito, bronquites e pneumonia”.
O mal físico foi completado por aquele moral, por não
sentir-se útil a comunidade. Atinge o estado de completa uniformidade com a
vontade de Deus e de perfeita tranqüilidade de espírito, meios que lhe
permitiram exercitar a paciência, a humildade e a obediência. Freqüentemente
dizia: “Em tudo seja feita a Santíssima
Vontade de Deus, que tudo permite para nosso bem espiritual”. A fama de suas
virtudes, tidas como heróicas de quem se aproximava dela, ultrapassou os muros
do mosteiro. Tinha aprendido a viver com a enfermidade, pelo qual era vista
serena mesmo se sofrendo, amável e forte mesmo se fraca e tomada de males. Não
queria ficar sem trabalhar e com a única mão livre, usando os dentes,
confeccionava flores artificiais e fazia bordados.
De fato, a Condessa Tarquini dizia: “Era tão serena e
preocupada em aliviar os outros, que parece que sofria seus problemas como
próprios”. Dizia São João Bosco: “Aquela monja enferma de Viterbo se porta com
paciência em sua enfermidade, porque será um grande bem para sua alma e uma
grande vantagem para a comunidade e para as almas”. Aonde não chegava com a
palavra, chegava por escrito. Escrevia a diversas pessoas de diversos níveis
sociais. Foram recolhidas em torno de 360 cartas.
A fama da monja enferma tinha cruzado as portas do mosteiro,
até chegar a Itália e a Europa. À pedido do bispo, o Papa Pio IX concedeu que
se celebrasse a Santa Missa na cela da serva de Deus. O altar foi preparado
diante do leito, tendo em cima a estátua do Menino Jesus. Ali foram
administrados sacramentos do Batismo e da Crisma e mesmo uma ordenação sacerdotal
foi conferida ao camiliano Padre Isaia Francucci, em 05 de dezembro de 1909.
Depois, a primeira comunhão de muitas crianças.
O Santo Padre, a quem nutria filial obediência, sacerdotes,
seminaristas, todos ela recomendava ao Menino Jesus.
Foi enriquecida por Deus com dons de profecia, de cura, de discernimento dos espíritos. O apostolado da monja era dirigido aos pecadores, incrédulos, e para as famílias em crise. À Irmã Maria Benedetta se dirigiam personagens ilustres da igreja e da nobreza como o Cardeal Merry del Val, La Fontaine, Nascimbeni, Bartolo Longo, Mons. Bressan (secretário di Pio X), São Luís Orione, com o qual nascerá uma particular e profunda amizade.
Foi enriquecida por Deus com dons de profecia, de cura, de discernimento dos espíritos. O apostolado da monja era dirigido aos pecadores, incrédulos, e para as famílias em crise. À Irmã Maria Benedetta se dirigiam personagens ilustres da igreja e da nobreza como o Cardeal Merry del Val, La Fontaine, Nascimbeni, Bartolo Longo, Mons. Bressan (secretário di Pio X), São Luís Orione, com o qual nascerá uma particular e profunda amizade.
No aniversario de 50 anos de sua enfermidade, em 10 de
novembro de 1911, o Papa Pio X, com escrito autógrafo fez chegar a ela sua
gratidão, sua estima e benção. Dois anos após o jubileu da enfermidade, em 10
de maio de 1913, às 17:00 horas podia deixar seu leito de dor; dos 77 anos de
sua vida, 52 tinha levado na cama.
Nos
funerais, tomaram parte toda a cidade e foi exposta por três dias, e depois
sepultada no cemitério de Viterbo. Em 10 de dezembro de 1927, o corpo da Serva
de Deus foi transladado do cemitério municipal ao mosteiro “della Duchessa” e
foi deposto na capelinha do Menino Jesus. A transladação ocorreu de noite e
privadamente com a permissão do Ordinário Diocesano. A fama de santidade foi
crescendo após sua morte e foi confirmada por graças e prodígios obtidos por
sua intercessão.
Irmã Benedetta jamais se lamentava, esta sempre com ótimo
humor, ria e confortava os outros; não
fazia pedidos, de fato procurava não incomodas as enfermeiras. Assim dizia a
“Monja Santa” ( assim as pessoas a chamavam): “Sinto mais vivamente as tribulações dos outros que toda a minha
enfermidade e imobilidade de tantos anos, por isso queria ter mais males e
sofrer eu mesmo que vê-los tão atribulados”.
O processo ordinário informativo junto a cúria diocesana
começou em 27 de dezembro de 1959 e foi concluído em 03 de novembro de 1963.
Com a esperança que povo de Deus conheça esta profunda personalidade e se
beneficie do exemplo de Irmã Benedetta, de como através do sofrimento, nos
elevamos a Deus, cumprindo um caminho de santidade.
A Congregação para a Causa dos Santos promulgou o decreto de heroicidade de suas virtudes no dia 30 de setembro de 2015.
Autor: Don Gianluca Scrimieri
Tradução: José Eduardo Câmara de Barros Carneiro
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